top of page

Workshop RILHAS -  Can mountain headwater streams really be islands?

1 de maio de 2019, UFMG

Inscrições Esgotadas!

Realização: Instituto de Ciências Biológicas, Departamento Biologia Geral, Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre

 

Local: sala 164, bloco E3, carga horária total: 30h, vagas: 50.

 

Motivação: Professores, pós-graduandos e pesquisadores associados ao Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre, apoiados pelo projeto P&D Aneel-Cemig GT-599 têm discutido sobre de que maneira métodos de estudo e processos ecológicos podem contribuir para preencher lacunas do conhecimento, dentro do contexto atual de alterações dos ecossistemas e mudanças globais no Antropoceno.

 

Objetivo: Promover a interação e diálogo transdisciplinar entre as áreas de Ecologia, Geografia, Ciências Sócio-ambientais, Engenharia Ambiental, Engenharia Hidráulica, integrando atividades de ensino, pesquisa, extensão em Ecologia.

 

Público-alvo: pesquisadores; profissionais em Ecologia, Geografia, Ciências Sócio-ambientais, Engenharia Ambiental, Engenharia Hidráulica; professores; alunos de graduação e pós-graduação; membros de comitês de bacias hidrográficas; gestores ambientais em empresas públicas, privadas e de consultoria ambiental; técnicos de meio ambiente em órgãos e instituições de pesquisa, licenciamento e gestão; e professores de escolas de ensino básico e médio interessados em processos ecológicos e conservação de biodiversidade.

 

Obs.: Visando incentivar a vivência de discussões técnico-científicas em inglês, dentro do incentivo da CAPES, Pró-reitoria de Pós-graduação da UFMG e Colegiado do Programa de PG-ECMVS, as palestras serão em inglês. Além disso, a presença do Prof. Dr. Robert Mason Hughes estimulará a troca de vivências e diálogo transdisciplinar em inglês, permitindo que os participantes vivenciem esta experiência durante o Workshop RILHAS.

37040363822_d9572863f0_h.jpg

Foto: Ricardo Solar

46327260965_86bb597269_h.jpg

Foto: Ricardo Solar

44886283081_0a680d50a4_h.jpg

Foto: Ricardo Solar

Contexto Acadêmico-Científico

            Cerca de 80% da extensão total das bacias hidrográficas são formadas por riachos de cabeceira (1ª-3ª ordens, sensu Strahler 1957) e vários desses riachos tem suas nascentes no topo de montanhas. Por estarem geograficamente isolados, os topos de montanhas e as suas microbacias podem ser consideradas ilhas, que interconectadas por migração podem formar meta-comunidades em matrizes de paisagem caracterizadas por diferentes condições ambientais naturais e em graus diversos de perturbações por meio de atividades humanas. Portanto, os topos de montanhas formam ilhas conectadas por áreas de baixo relevo através de riachos de outras microbacias.

            Esses riachos são ecossistemas peculiares, contínuos e inseridos em meta-ecossistemas ripários, conectados por processos ecológicos incluindo ciclos de dinâmica de matéria orgânica em cadeias alimentares e de decomposição. As comunidades aquáticas de riachos de cabeceira no topo de montanhas refletem adaptações às condições ambientais locais (p.ex. baixa temperatura, alta velocidade de correnteza ou de vento, baixa disponibilidade de recursos e nutrientes, integridade de zonas ripárias e ecossistemas terrestres, diversidade de habitats físicos, qualidade de água ou nutrientes no solo). Além disso, a estrutura e organização dessas comunidades são resultados de processos histórico-biogeográficos regionais (p. ex. formação de cachoeiras atuando como barreiras para a movimentação de organismos e capturas de drenagem, dentre outros).

            A maior parte de estudos sobre diversidade e interações ecológicas nas regiões tropicais são tradicionalmente sobre ecossistemas florestais, enquanto que os ecossistemas não-florestais, incluindo os CR, permanecem ainda negligenciados ou pouco investigados.

            Os campos rupestres (CR), que ocorrem em topos de montanhas, são formações vegetais importantes porque apresentam alta proporção de espécies endêmicas adaptadas a condições edáficas, climáticas e topográficas. Embora haja pesquisas botânicas e ecológicas sobre essa formação vegetal (Silveira et al. 2016 para uma revisão) e sobre riachos em microbacias adjacentes, estas ainda são insuficentes para proporcionar um conhecimento abrangente sobre processos ecológicos, estrutura de comunidades, dinãmica de materais e energia nos ecossistemas.

            Neste contexto, estudos que investiguem as possíveis correlações existentes entre a riqueza e distribuição de comunidades biológicas (aquáticas e terrestres) e aquelas oriundas de mudanças globais nos CR (p.ex. alterações climáticas, substituição da vegetação natural, enriquecimento por aporte de nutrientes) poderão contribuir para o melhor entendimento de fatores responsáveis por influenciar (ou direcionar) a conservação da biodiversidade desses ecossistemas.

            Não há consenso entre os ecólogos aquáticos se um rio em condições de referência (alta diversidade de habitats e ótima qualidade de água de acordo com a legislação ambiental) pode ser usado para prever o estado de integridade ecológica dos ecossistemas e comunidades terrestres circundantes. Por outro lado, também não é claramente estabelecido se em paisagens terrestres impactadas, as águas fluviais são de má qualidade e abrigam poucas espécies resistentes à poluição e outras formas de degradação, como assoreamento, barramentos, captações e lançamento de dejetos. Assim, há carência de evidências sobre a congruência entre a qualidade ecológica e a diversidade de habitats em ecossistemas aquáticos e terrestres no planeta. Além disso, os limiares ambientais (i.e. mudanças abruptas na diversidade em relação às variáveis ambientais) de relações entre usos antrópicos em bacias hidrográficas e seu reflexo sobre as respostas biológicas (p.ex. diversidade taxonômica) são ainda um desafio ao conhecimento científico, sobretudo em ambientes pouco estudados como os CR.

No Workshop RILHAS serão discutidos os temas:

(i) importância de colaborações transdisciplinares para o desenvolvimento de estudos de qualidade ecológica e conservação de biodiversidade;

(ii) abordagens de processos e metodologias ecológicas em múltiplas escalas (p.ex. tempo, espaço, níveis hierárquicos e biológicos tendo em vista informações transdisciplinares);

(iii) conservação de biodiversidade e processos em regiões tropicais megadiversas;

(iv) conectividade ambiental em cenário de alta heterogeneidade tropical;

(v) dificuldade de aplicação de abordagens holísticas e transdisciplinares para a solução de problemas ambientais no Antropoceno;

(vi) urgência de efetividade de conservação de biodiversidade em múltiplas escalas para um melhor entendimento das variáveis norteadoras e influenciadoras das dinâmicas ecológicas;

(vii) mudança de atitudes no pensamento ecológico e ecologia aplicada: natureza holística versus desafios do Antropoceno versus atuação em "caixas";

(viii) mudança de atitudes na prática pedagógica e formação de futuros profissionais em meio ambiente, melhor preparados para lidar de forma crítica com questões contemporâneas.

           

32144793901_993957fd99_h.jpg

Foto: Ricardo Solar

Síntese da abordagem técnico-científica a ser discutida:

 

Rethinking ecological practice to address contemporary challenges in the Anthropocene

 

            Ecological theory and application are historically characterized by single-scale, also strongly biased by phylogenetic, geographical and temporal limited studies in compartmentalized subjects. Such limitations are obviously hindering us from addressing and proposing solutions to key challenges posed by the Anthropocene. The current challenges demand a holistic, metaecological view of nature that transcends peculiarities of each research domain. Here, we aim to (1) provide evidence to support the idea that historically delimited sub-disciplines in Ecology remain conceptually isolated; (2) argue that gaps among individual research domains should be bridged to improve and enhance ecological understanding; and (3) show that such trans-disciplinarily would provide effective insights to suffice societal aspirations (e.g. conservation biology, policy building). We provide a theoretical framework depicting the complexity for addressing multi-scale, multi-taxa and concerted ecological studies in spatially heterogeneous systems. Our framework would allow one to identify key cross-scale processes underpinning metaecological studies. We also illustrate our concept using megadiverse Neotropical biomes (e.g., Campo Rupestre, Cerrado, Atlantic Forest, Amazonia, Caatinga) that are facing multiple human pressures (e.g., dam tailing spills in Mariana and Brumadinho, Brazil; hydropower dams; agribusiness activities). Finally, we highlight the need for a radical change in ecological thinking, teaching and management offering to the new generations of ecologists better tools to tackle Antrhopocene challenges.

           

Programação

 

1o/maio (4a feira) - ICB, sala 164, bloco E3:

 

8:30h - Prof. Marcos Callisto - Opening Section of RILHAS WORKSHOP

8:50h - Prof. Geraldo Wilson Fernandes: Challenges for the conservation of Campos Rupestres

9:20h - Prof. Fernando A. O. Silveira: Campo Rupestre and the OCBIL theory

9:50h - Prof. Frederico Neves: Using insects as tools for conservation in the campo rupestre

10:20h - coffee-break for the integration of lecturers and participants

10:50h - Prof. Ricardo Solar: Biodiversity conservation in the Anthropocene

11:20-12:30hBrainstorming session #1: How can we scientifically contribute to fill the currently existing knowledge gaps in biodiversity conservation using ecological processes?

14:00h - Prof. Robert Mason Hughes: Headwater streams are critical for sustaining aquatic ecosystems & their ecosystem services

14:30h - Prof. Victor Saito: Merging theory and practice in the ecology of the Anthropocene

15:00h - Valter M Azevedo-Santos: Freshwater fishes in a Brazilian mountain: knowledge, scientific shortfalls, and actions for conservation

15:30h - coffee-break for the integration of lecturers and participants

16:00h - Prof. José Francisco Gonçalves Jr: Organic matter dynamics in neotropical mountain headwaters as global ecological tool in the Anthropocene.

16:30-18h - Brainstorming session #2: How can we scientifically contribute to fill the currently existing knowledge gaps in biodiversity conservation using ecological processes?

 

Participantes convidados:

 

- Prof. Marcos Callisto - UFMG, ICB, Depto. Biologia Geral, PPG-ECMVS

- Prof. Geraldo Wilson Fernandes - UFMG, ICB, Depto. Biologia Geral, PPG-ECMVS

- Prof. Fernando A. O. Silveira - UFMG, ICB, Depto. Botânica, PPG-ECMVS

- Prof. Frederico Neves - UFMG, ICB, Depto. Biologia Geral, PPG-ECMVS

- Prof. Ricardo Solar - UFMG, ICB, Depto. Biologia Geral, PPG-ECMVS

- Prof. Robert M. Hughes - Courtesy Associate Professor da Oregon State University - OSU

- Prof. Victor Saito - UFSCar – Departamento de Ciências Ambientais

- Valter M Azevedo-Santos – Doutorando da Universidade Estadual Paulista - UNESP

- Prof. José Francisco Gonçalves Jr - UNB, IB, Depto. Ecologia, PPG-Ecologia

Outputs previstos:

 

            Cada palestrante disponibilizará seus slides (PDF) na web page http://lebufmg.wixsite.com/bentos e preparará (antes do Worksho) uma síntese (~ 2-5 páginas) sobre o tema de sua apresentação no Workshop, a fim de contribuir ao manuscrito técnico-científico.

           

            Ao final do Workshop será elaborado, a partir da síntese das discussões dos grupos de trabalho, um documento técnico-científico que será submetido a publicação em revista internacional de alto impacto.

Equipe Executora:

Prof. Dr. Marcos Callisto,

Prof. Dr. Ricardo Solar,

Prof. Dr. Rafael Leitão,

Prof. Dr. Fernando Silveira,

Prof. Dr. Diego Macedo,

Prof. Dr. Rogério Parentoni Martins,

Dr. Rodrigo Massara,

Biól. MSc. Carlos Bernardo M. Alves.

Estudantes participantes na organização:

Rogério Emanuel R. de Carvalho -- graduando Engenharia Ambiental, UFMG

Janaina Uchoa Medeiros Agra -- doutoranda PG-ECMVS, UFMG

Tiago Vinicius Fernandes -- doutorando PG-ECMVS, UFMG

Letícia Fernanda Ramos Leite -- doutoranda PG-ECMVS, UFMG

Ricardo Camargos de Meireles -- doutoranda PG-ECMVS, UFMG

bottom of page